Expectativa da indústria ferroviária é de melhoria do mercado em 2025
Depois de um 2024 que poderia ter sido melhor em produção e vendas, a indústria ferroviária brasileira está otimista com relação ao desempenho do setor em 2025, apostando na melhoria do mercado.
De acordo com a Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer), está prevista a entrega de 1.600 a 1.700 vagões de carga para 2025, volume superior ao realizado em 2024, de 1.547 unidades, incluída a exportação de 62 vagões para a África, nos dois períodos.
Quanto às locomotivas, foram entregues 54 locomotivas em 2024 e está prevista a entrega de 75 unidades em 2025. Já em relação aos carros de passageiros, o volume será de 188 carros entregues em 2025, em comparação aos 228 entregues em 2024.
De acordo com a entidade, a indústria ferroviária brasileira está preparada para produzir os volumes previstos, e poderá inclusive entregar volumes maiores para atender necessidades adicionais das concessionárias, sempre que as encomendas sejam realizadas com antecedência de um ano das entregas.
ANO RELEVANTE
Embora não muito brilhante em termos comerciais, o ano de 2024 teve uma relevante importância para o setor do ponto de vista institucional. Em 19 de junho, foi lançada a Frente Parlamentar para o Fortalecimento da Indústria Ferroviária Brasileira, no plenário da Câmara dos Deputados, contando com o apoio de 209 deputados.
Pluripartidária, a frente é presidida pelo deputado federal Pedro Uczai, do PT de Santa Catarina, tido como um incansável defensor do setor ferroviário brasileiro. A frente tem como vice-presidentes os deputados federais Baleia Rossi (MDB-SP), Denise Pessôa (PT-RS) e Nelson Padovani (UB-PR), também entusiastas do setor.
As prioridades da frente de fortalecimento da indústria ferroviária incluem a substituição da frota de vagões e locomotivas com mais de 50 anos de vida útil por vagões e locomotivas com inovações tecnológicas sustentáveis, que proporcionariam uma economia de 58 milhões de t de combustível/ano e redução da emissão de 150 mil t de CO²/ano, aumentando a produtividade das concessionárias ferroviárias de carga em pelo menos 30%, com maior segurança operacional.
Também está na pauta a elevação da alíquota de importação de todos os produtos ferroviários, dos atuais 11,2% para 35%, equiparando-os aos demais modos de transporte.
Consta ainda o apoio à política do Ministério dos Transportes, que projeta, através da Infra S.A., o aumento da participação ferroviária na matriz de transporte de carga brasileira dos atuais 27% para 40%, até 2035. São todas medidas que, no entender da Abifer, deverão gerar emprego e renda para os brasileiros no período.
O ano de 2024 também foi marcado pela obtenção da prorrogação até 31 de dezembro de 2028 do Regime Tributário para Incentivo à Modernização e à Ampliação da Estrutura Portuária (Reporto), e a expectativa de uma possível inclusão das concessionárias na depreciação acelerada, que se encontra em avaliação no Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
Fonte: Infomet.